Licitações Internacionais

Na gestão pública, as licitações são cruciais para a aquisição de produtos, serviços e locações. Mas e quando empresas estrangeiras desejam entrar nos processos licitatórios? Ou quando a administração pública precisa de equipamentos indisponíveis no Brasil?

É importante saber que empresas estrangeiras têm o direito de participar desses procedimentos, e a legislação brasileira sempre permitiu sua inclusão. 

Como funciona uma licitação internacional?

Uma licitação internacional ocorre quando empresas estrangeiras, mesmo sem presença física no Brasil, concorrem nos processos licitatórios para fornecer bens, serviços ou obras no território nacional. Isso significa que organizações de outros países podem competir em licitações públicas no Brasil, desde que atendam a certas regras específicas.

Atualmente, as licitações internacionais estão se tornando cada vez mais comuns nos órgãos públicos brasileiros. Com a crescente globalização, essas participações trazem novas dinâmicas para o mercado nacional.

Para entender melhor como funciona esse processo e quais são os requisitos para participar de licitações internacionais, continue lendo nosso artigo. Vamos explorar tudo o que você precisa saber sobre esse tema em detalhes.

Os impactos positivos das licitações internacionais para o Brasil

As Licitações Internacionais não apenas introduzem novas dinâmicas no mercado nacional, mas também oferecem uma série de benefícios significativos para o Brasil.

Uma dessas vantagens é a possibilidade de maior concorrência, o que, por sua vez, resulta em melhores preços e uma aquisição mais eficiente e transparente de bens e serviços pelo Estado.

A participação de empresas estrangeiras enriquece a competição nos processos licitatórios, impulsionando a busca por preços mais competitivos e elevando os padrões de qualidade dos produtos e serviços fornecidos ao governo. Além disso, a presença de empresas estrangeiras no mercado brasileiro pode introduzir novas tecnologias e soluções, contribuindo para o avanço e a modernização dos setores econômicos do país.

Portanto, além de promover uma concorrência mais acirrada e vantajosa, as licitações internacionais desempenham um papel crucial no fortalecimento da economia brasileira, ao incentivar a introdução de novas ideias e tecnologias no mercado nacional.

Principais áreas de demanda em licitações internacionais

Durante uma entrevista exclusiva para o nosso quadro “Papo com Especialista”, o renomado advogado especializado em licitações, Professor Jonas Lima, destacou algumas áreas que frequentemente geram demandas significativas em licitações internacionais. 

Segundo o Professor Lima, essas licitações tornam-se obrigatórias quando determinados produtos ou serviços enfrentam limitações no mercado nacional, seja pela ausência de competidores ou pela presença limitada dos mesmos. Nessas circunstâncias, a administração pública é compelida a buscar fornecedores no exterior por meio de licitações internacionais.

Entre as áreas que mais demandam esse tipo de processo, destacam-se: 

  • Carros de combate a incêndio; 
  • Equipamentos de monitoramento/vigilância; 
  • Armamentos;
  • Equipamentos médicos e laboratoriais; 
  • Helicópteros; 
  • Insumos para fabricação de produtos médico-hospitalares; 
  • Veículos blindados;
  • Componentes militares.

Para uma análise completa sobre esse tema, assista ao vídeo completo da entrevista:

Regras para participação de empresas estrangeiras nas licitações

Participar de licitações internacionais no Brasil é uma oportunidade atrativa para empresas estrangeiras, mas é crucial entender as regras e requisitos necessários para garantir uma participação adequada e em conformidade com as leis brasileiras. Aqui estão algumas diretrizes importantes a serem observadas:

  • Constituição de Representante Legal: Empresas estrangeiras devem designar um representante legal no Brasil para representá-las durante o processo licitatório.
  • Cadastro no Sicaf: É obrigatório que empresas estrangeiras se cadastrem no Sistema de Cadastramento Unificado de Fornecedores (Sicaf), garantindo sua habilitação para participar das licitações.
  • Apresentação de Documentos: Documentação específica é necessária, incluindo tradução dos documentos da empresa, certidões negativas e comprovação de capacidade técnica e financeira. É importante destacar que as empresas estrangeiras podem apresentar documentos equivalentes aos exigidos para empresas brasileiras.
  • Cotação em Moeda Estrangeira: Empresas estrangeiras têm permissão para cotar seus preços em moeda estrangeira, desde que essa opção esteja prevista no edital da licitação.
  • Garantias: Podem ser exigidas garantias, como fiança bancária ou seguro-garantia, das empresas estrangeiras participantes.
  • Igualdade de Condições: As cotas para entrega de produtos ou serviços devem ser as mesmas para todos os licitantes, garantindo igualdade de condições.
  • Gravames nos Preços: É importante que as empresas estrangeiras incluam nos preços os gravames incidentes sobre os produtos ou serviços, como impostos e taxas.
  • Garantias de Pagamento: As garantias de pagamento devem ser equivalentes para empresas nacionais e estrangeiras, assegurando um tratamento justo e equitativo para todos os participantes do processo licitatório.

Ao seguir essas regras e diretrizes, empresas estrangeiras podem participar de licitações internacionais no Brasil de maneira transparente, eficiente e em conformidade com a legislação vigente.

O que mudou nas licitações internacionais com a nova lei 14.133/21? 

13456 Como funcionam as Licitações Internacionais?

Com a implementação da nova legislação, importantes mudanças ocorreram no cenário das licitações internacionais no Brasil. Uma das mudanças mais significativas é a proibição da discriminação entre licitantes brasileiros e estrangeiros. Tanto a Constituição quanto a Lei de Licitações asseguram a igualdade entre os concorrentes, vedando preferências com base na nacionalidade ou outros critérios irrelevantes. Isso significa que empresas nacionais e internacionais competem em pé de igualdade, garantindo isonomia para todos os participantes.

Uma das alterações mais marcantes é o fim das preferências para empresas nacionais em licitações públicas no Brasil. Apesar de algumas lacunas e pendências de regulamentação, a nova Lei de Licitações estabelece um conjunto de regras claras para as licitações internacionais, priorizando a igualdade de condições entre licitantes brasileiros e estrangeiros.

Para entender melhor o impacto dessas mudanças, é importante destacar alguns pontos-chave:

  • Definição e Publicidade: Agora, a lei define o que constitui uma licitação internacional e exige a publicação do edital não apenas no Brasil, mas também no exterior.
  • Edital Diferenciado: O edital de uma licitação internacional deve conter regras específicas para a participação de estrangeiros, como credenciamento de representantes, legalização de documentos e equalização de moedas.
  • Representação Legal: A presença de um representante legal para licitantes estrangeiros no Brasil continua sendo recomendada, facilitando questões administrativas e judiciais.
  • Autorização de Funcionamento: Geralmente, empresas estrangeiras não precisam de autorização específica para participar de licitações internacionais no Brasil.
  • Legalização de Documentos: Documentos estrangeiros precisam ser legalizados (apostilados ou consularizados) e traduzidos para o português.
  • Equivalência de Documentos: É exigida a apresentação de documentos estrangeiros equivalentes aos brasileiros, com declaração caso não haja equivalência.
  • Consórcios: Empresas estrangeiras podem liderar consórcios, com proporções de participação desiguais entre os membros. A substituição de consorciados é permitida até a assinatura do contrato.
  • Atestação Técnica: Atestados técnicos emitidos por entidades estrangeiras são aceitos, desde que acompanhados de tradução para o português e emitidos por entidades idôneas.
  • Equalização de Propostas: Impostos incidentes sobre propostas de licitantes estrangeiros devem ser equalizados com os impostos brasileiros, garantindo equidade entre os concorrentes.

Essas mudanças têm o potencial de simplificar e tornar mais transparentes os processos de licitação internacional no Brasil, promovendo uma competição mais justa e eficiente. Para empresas estrangeiras interessadas em participar desses processos, entender essas novas regras é essencial para uma participação bem-sucedida e em conformidade com a legislação brasileira.

Como a Forseti pode auxiliar nas Licitações Internacionais? 

A Forseti oferece uma solução inovadora para auxiliar empresas interessadas em licitações internacionais. Através da sua ferramenta de busca e gerenciamento de editais, o eLicitaBoletim 4.0, a Forseti permite uma identificação clara e precisa de licitações internacionais. Isso significa que os usuários podem realizar buscas mais eficazes e direcionadas para encontrar oportunidades de participação nesse tipo de licitação.

Ao contrário de outros portais governamentais, nos quais os editais internacionais são muitas vezes misturados com os nacionais e intermediários, a plataforma da Forseti faz uma clara diferenciação e destaque para as licitações internacionais. Isso facilita o processo de busca e seleção para empresas que desejam se envolver nesse mercado.

Com o eLicitaBoletim 4.0, as empresas podem ter acesso rápido e fácil a licitações internacionais relevantes, ajudando a expandir suas oportunidades de negócios além das fronteiras nacionais. Com essa ferramenta, a Forseti está simplificando o acesso ao mercado internacional e tornando mais acessível a participação em licitações ao redor do mundo.

Além disso, nosso suporte especializado está sempre à disposição para oferecer orientação e assistência em todas as etapas do processo licitatório.

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Com a Forseti ao seu lado, você tem a expertise e as ferramentas necessárias para navegar pelo mundo das licitações com confiança e sucesso.

imagem-1-1-1 Como funcionam as Licitações Internacionais?

Conclusão:

Com as mudanças nas licitações internacionais no Brasil, estamos caminhando para uma competição mais justa entre empresas locais e estrangeiras. Essas mudanças eliminaram vantagens injustas para empresas brasileiras, estabelecendo regras claras para garantir igualdade a todos os participantes. Agora, as licitações são mais transparentes e acessíveis, permitindo que empresas estrangeiras contribuam de forma equitativa e inovadora para o mercado brasileiro. Isso é crucial para garantir que o setor público tenha acesso aos recursos necessários de maneira eficiente. Ao seguir essas novas diretrizes, estamos promovendo o desenvolvimento econômico e tecnológico do Brasil, ao mesmo tempo em que fortalecemos nossa posição no mercado global.

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